O governador Eduardo Leite se mostrou contrário, nesta quinta-feira (9), ao uso da bandeira preta em cidades nas quais o modelo estadual indique necessidade de menos restrições, cobertas pela bandeira vermelha.
— Não entendo que forçar uma migração para a bandeira preta, impondo mais restrições do que o próprio modelo (do distanciamento controlado) está se encarregando de encaminhar fosse algo adequado. Porque não é pertinente impormos um sacrifício econômico ainda maior se temos estrutura de saúde e a própria bandeira indica o nível de risco — avaliou ao ser questionado sobre o tema.
No início desta semana, a prefeitura de Rio Grande, no sul do Estado, adotou as regras da bandeira preta, para tentar conter o avanço do coronavírus na cidade, ainda que seja menor o nível de risco calculado pelo governo do Estado para a região.
A cidade de Porto Alegre também adotou normas mais duras que as previstas pelo Palácio Piratini, com restrição à circulação de pessoas no transporte público e ao uso de estacionamentos públicos. A medida, contudo, não foi classificada pela prefeitura como uso de bandeira preta.
Desde que o modelo estadual chamado de distanciamento controlado foi adotado, em maio, nenhuma região foi classificada com bandeira preta (risco altíssimo). Todas as zonas foram, até aqui, marcadas com bandeira amarela (risco baixo), laranja (risco médio) ou vermelha (risco alto).
Mesmo a bandeira preta, que tem o maior grau de restrições, não impõe o chamado lockdown. Uma parte das atividades comerciais segue permitida, com restrições, no nível máximo de risco, como o funcionamento de lanchonetes, restaurantes e hotéis.
Ao tratar do tema, o governador lembrou que os prefeitos têm autonomia para impor regras mais duras do que àquelas previstas pelo governo do Estado — o que não é permitido é a flexibilização de normas estaduais.
— Os prefeitos têm sempre autonomia de serem mais restritivos do que o governo do Estado. O prefeito de Rio Grande tomou essa providência conhecendo sua realidade local. Entendemos que o governo do Estado tem protocolos consistentes, que nos dão a leitura do nível de risco em cada uma das regiões, e precisamos estabelecer a conciliação entre a proteção da vida e a manutenção da atividade econômica — disse Leite.
Na mesma transmissão ao vivo pela internet em que tratou do tema, o governador afirmou que terá, ainda nesta quinta-feira (9), uma “reunião definidora” com a Federação Gaúcha de Futebol sobre a possibilidade de retorno de treinos coletivos e jogos do Campeonato Gaúcho.