O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (12), que o combate à pandemia da covid-19 foi marcado pela "desinformação" e pelo "pânico". Em publicação em suas redes sociais, intitulada "a hora da verdade", o presidente também falou sobre a situação econômica do país.
"A desinformação foi uma arma largamente utilizada. O pânico foi disseminado fazendo as pessoas acreditarem que só tinham um grave problema para enfrentar" disse.
Desde o início da pandemia, o presidente tem repetido o discurso de que é preciso enfrentar o vírus e também o desemprego.
"Sempre disse que o efeito colateral do combate ao vírus não poderia ser pior que o próprio vírus."
Na última terça-feira (7), Bolsonaro disse ter testado positivo para a covid-19. Em manifestações via redes sociais, o presidente afirmou estar se tratando com cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"A realidade do futuro de cada família brasileira deve ser despolitizada da pandemia. Os números reais dessa guerra brevemente aparecerão", declarou, mantendo a crítica a medidas de distanciamento social tomadas por prefeitos e governadores para combater o avanço da covid-19.
Bolsonaro não esclareceu na publicação a que "números reais" se referia. Procurada, a Secretaria Especial de Comunicação informou que o Planalto não comentará o assunto.
A pandemia já registrou no Brasil 71.469 mortes pela doença e 1 .839.850 casos confirmados em todas as unidades da federação, segundo o Ministério da Saúde. O país completa neste domingo 58 dias sem um titular na pasta, que está sendo comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse no último sábado (11) que o Exército está se associando a um "genocídio", ao se referir à crise sanitária instalada no país em meio à pandemia do novo coronavírus, agravada pela falta de um ministro efetivado no cargo.
Recessão
O presidente também disse que o Brasil se encontra "na beira da recessão" com "milhões de empregos destruídos e dezenas de milhões de informais sem renda".
"Não será fácil, mas havemos de recomeçar", acrescentou.
O chefe do Executivo afirmou que a situação só não está pior em função das ações do governo federal. Ele mencionou a liberação de crédito para pequenas e médias empresas e do socorro fiscal de R$ 60,1 bilhões para Estados e municípios, além do auxílio emergencial de R$ 600.
Passados 80 dias do início do programa, há ainda 10 milhões de brasileiros na fila para receber o auxílio emergencial. Esse grupo da população que aguarda o resultado da análise ou reanálise do Executivo para concessão do benefício.