A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã deste sábado (20) um mandado de busca e apreensão e outro de prisão temporária em Rio Pardo. O alvo foi uma ex-funcionária da Secretaria da Saúde do município envolvida em esquema que teria desviado cerca de R$ 15 milhões de recursos do governo federal. As ordens judiciais fazem parte da Operação Camilo, deflagrada em 27 de maio.
A ex-servidora tem 62 anos e não tem profissão específica. Detida em casa, no centro da cidade, trabalhou na Secretaria de Saúde como cargo em comissão no ano de 2017.
O papel dela no esquema seria transportar de Porto Alegre para Rio Pardo a propina dos agentes públicos municipais que são investigados e que foram presos no mês passado. O nome dela não foi divulgado.
Operação Camilo
A Operação Camilo investiga desvio de recursos da União ao município na área da saúde. A ação faz parte de uma força-tarefa envolvendo a PF, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado e Controladoria-Geral da União. No dia em que os primeiros mandados judiciais foram cumpridos, foram presas 15 pessoas, entre elas, o prefeito de Rio Pardo, Rafael Barros. Atualmente, ele segue detido e sofre um processo de impeachment.
A Operação Camilo também contou com o cumprimento de 61 mandados de busca e apreensão em 17 municípios do Rio Grande do Sul e cidades de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. A investigação teve como objetivo principal apurar contratos assinados pela prefeitura de Rio Pardo na área da saúde que levaram a desvios estimados em R$ 15 milhões. No município, é investigada a relação entre uma associação e o hospital envolvendo serviços pagos e não realizados ou realizados de forma precária. Também é investigada a distribuição de equipamentos de proteção individual (EPIs) vencidos para profissionais da saúde. Para que a fraude não fosse descoberta, as datas de validade eram retiradas dos produtos.