A CPMI das Fake News identificou 2,065 milhões de anúncios pagos, entre junho e julho do ano passado, com verba da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) em canais que registram conteúdo inadequado. Conforme o jornal O Globo, entre esses canais estão sites que divulgam notícias falsas, oferecem investimentos ilegais e até aplicativos com conteúdo pornográfico.
Os dados, divulgados na terça-feira (3), constam em um relatório elaborado por consultores legislativos a pedido da CPMI. O conteúdo foi obtido por meio da Lei de Acesso a Informação (LAI) e diz respeito ao período 6 de junho e 13 de julho do ano passado.
Segundo a publicação, no pedido realizado pelos consultores à pasta constava a solicitação de dados entre janeiro e novembro de 2019, mas a Secom só forneceu dados referentes a 38 dias.
No total, foram identificados 843 canais considerados inadequados que veicularam um total de 2.065.479 anúncios. Entre eles estão 47 sites que divulgam notícias falsas, 741 canais do Youtube que foram removidos pela plataforma por descumprimento de regras, 12 sites com notícias sobre jogos de azar, sete que fazem ofertas de investimentos ilegais e quatro com conteúdo pornográfico.
O documento aponta ainda a necessidade de questionar a Secom sobre o total de anúncios veiculados ao longo de todo o ano de 2019 em relação ao site Terça Livre, do blogueiro Allan dos Santos. O blogueiro afirmou que não recebia dinheiro público, mas os dados da Secom mostraram que seu canal no YouTube recebeu 1.447 anúncios.
Conforme a lei que regulamenta as CPIs, é crime fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete. Segundo a legislação, a pena para quem cometer o crime é de reclusão de dois a quatro anos e multa.