O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello identificou "aparente prática criminosa" por parte do ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante reunião ministerial que é alvo do inquérito que apura possível interferência irregular do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Trecho do vídeo do encontro, divulgado nesta sexta-feira (22), mostra Weintraub atacando os ministros do STF:
— Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF — afirmou o ministro.
No despacho que tira o sigilo das gravações, o decano do STF afirma que a fala de Weintraub “põe em evidência, além do seu destacado grau de incivilidade e de inaceitável grosseria, que tal afirmação configuraria possível delito contra a honra (como o crime de injúria).”
Além de apontar esse eventual crime cometido pelo ministro da Educação, Mello também determinou que os ministros do STF sejam comunicados sobre a decisão, especialmente sobre o trecho com ofensas aos membros da Corte para que eles “possam, querendo, adotar as medidas que julgarem pertinentes”.
O trecho com as falas de Weintraub também explana o ministro defendendo "acabar com essa porcaria que é Brasília". Ele também disse que odeia o termo "povos indígenas", destacando que “só tem um povo nesse Brasil, é o povo brasileiro.” Segundo ele, é preciso "acabar com esse negócio de povos e privilégios.