Ao sair do pátio do aeroporto Salgado Filho, as 10h30min desta quinta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro, que se deslocou até Porto Alegre para acompanhar a troca de chefia do Comando Militar do Sul (CMS), desceu do veículo oficial, o que não estava previsto. Escoltado por ao menos uma dezena de viaturas, ele saiu, acompanhado de seguranças trajados de terno e gravata.
Primeiro, Bolsonaro cumprimentou um a um os policiais da Brigada Militar (BM) que faziam a segurança próximo à pista de pouso. Não havia qualquer proteção do rosto ou das mãos do presidente ou dos agentes.
Antes da saudação houve continências, que partiram dos brigadianos. Logo após a reverência aos militares, Bolsonaro se dirigiu aos apoiadores: em torno de 20 acompanhavam, desde antes das 10h, a chegada do avião presidencial.
– Satisfação, pessoal. Desculpa não poder... – disse, antes de completar a frase, dando a entender, pela insistência da comitiva em encerrar o ato, que estava se desculpando pela agenda apertada na Capital.
Fotos e selfies foram seguidas de “tamo contigo” e “mito”.
A escolta seguiu pela BR-116 e Avenida Farrapos até o Centro Histórico. No caminho, algumas pessoas foram vistas com bandeiras e camisas do Brasil.
Na Rua dos Andradas, um grande grupo se aglomerou na quadra do Comando Militar do Sul. Durante a cerimônia de posse do novo comandante, o general gaúcho Valério Stumpf Trindade, o grupo bradou cantos contra o comunismo:
— A nossa bandeira jamais será vermelha.
O acesso ao quartel general não foi permitido aos manifestantes ou à imprensa. Nas janelas dos apartamentos, o cenário era distinto, com panelaços e gritos de "fascista" e "fora Bolsonaro".