Em encontro com o deputado federal David Soares (DEM-SP) e com o secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, na última segunda-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro cobrou solução para dívidas tributárias que as igrejas possuem com o Fisco. De acordo com o Estadão, o chefe do Executivo nacional já ordenou que a equipe econômica resolvesse a questão, mas o órgão ainda resiste.
Soares é filho do missionário R.R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus. A instituição religiosa acumula R$ 144 milhões em débitos da Dívida Ativa da União — terceira maior em lista de devedores que somam passivo de R$ 1,6 bilhão. Além disso, a entidade tem outros dois processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) envolvendo autuações de R$ 44 milhões em valores históricos.
Um perdão das dívidas traria prejuízo para as contas públicas. A área econômica viu a ordem do presidente como mais uma tentativa de interferir em órgãos para atender seus eleitores. A ação ocorre na esteira da demissão do ex-juiz Sergio Moro da chefia da pasta de Justiça e Segurança Pública. O ex-ministro acusou o presidente exigir relatórios de investigações sigilosas da Polícia Federal (PF).
O parlamentar David Soares e a Receita Federal informaram que não se manifestariam sobre o caso. A Igreja Internacional da Graça de Deus e o Planalto foram contatados pela reportagem do Estadão, mas não retornaram.