Atual chefe do Estado-Maior do Exército, o general Walter Braga Netto ganhou notoriedade nacional ao ser nomeado interventor federal no Rio de Janeiro pelo ex-presidente Michel Temer, em fevereiro de 2018. Por 10 meses, controlou todas as forças de segurança fluminenses, incluindo as polícias Civil e Militar, em meio à eclosão da violência urbana na cidade.
Dois anos depois, Braga Netto retornou aos holofotes ao ser convidado nesta quarta-feira (12) pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Casa Civil. O militar irá substituir o ministro Onyx Lorenzoni, transferido para o Ministério da Cidadania no lugar de Osmar Terra.
Natural de Belo Horizonte, Braga Netto de 62 anos ingressou no Exército em 1974. Descrito como discreto, experiente e bem humorado, apesar do perfil "durão", estabeleceu a maior parte de sua carreira no Rio de Janeiro, mas também acumulou experiências internacionais.
O general foi comandante do 1º Regimento de Carros de Combate, entre 2002 a 2004, onde deu início ao processo de transferência do grupo para Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Também comandou a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, em Ponta Grossa, no Paraná, liderou o Comando Militar do Leste e dirigiu a Educação Superior Militar, no Rio de Janeiro.
Em missões estrangeiras, Braga Netto foi adido militar do Brasil na Polônia, entre 2005 e 2006, e dos Estados Unidos e Canadá, de 2012 a 2013, acumulando traços de liderança e articulação. Ainda tem no currículo a atividade de observador militar das Nações Unidas no Timor Leste.
O militar foi promovido a general de divisão no governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2009. Mais tarde, em 2016, respondeu pela coordenação da segurança durante a Olimpíada do Rio de Janeiro.
Ao desembarcar na Casa Civil, Braga Netto também marca o retorno da influência da ala militar no governo Bolsonaro, esvaziada no último ano pelo núcleo ideológico ligado a Olavo de Carvalho e aos filhos do presidente.