O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta quinta-feira (6) Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto do cargo de ministro do Desenvolvimento Regional. De acordo com o decreto, a demissão foi um pedido do próprio Canuto.
Com isso, a pasta será comandada por Rogério Marinho — que atuava como secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
O economista, filiado ao PSDB, foi o responsável pela articulação política e por explicar ao Congresso a proposta de reforma da Previdência — aprovada no ano passado.
As mudanças foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União na tarde desta quarta. Bolsonaro também compartilhou em sua página no Facebook a informação.
O secretário especial adjunto da Secretaria Especial de Previdência, Bruno Bianco, assumirá o comando da pasta.
Segundo aliados do presidente, o movimento pode dar início a uma reforma ministerial. A saída de Onyx Lorenzoni da Casa Civil ainda estaria sendo analisada. O Planalto estaria a a procura um substituto para o cargo diante da negativa de Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral, em assumir o posto.
Pelo desenho que vem sendo feito pelo presidente, Onyx pode ir para a Cidadania, hoje ocupada por Osmar Terra, seu aliado. O futuro de Terra ainda é incerto, mas uma possibilidade é de que ele reassuma o mandato de deputado na Câmara.
Como Bolsonaro não é afeito a grandes mudanças de uma só vez, as próximas substituições devem ser feitas lentamente.
Canuto assumirá a presidência do Dataprev, uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia. A decisão foi tomada em reunião no Palácio do Planalto na tarde desta quinta, da qual participaram o ministro da Economia Paulo Guedes e Marinho.
O agora ex-ministro já estava desgastado no governo desde maio do ano passado. Ele esteva perto de perder o cargo quando o Legislativo negociou com a Casa Civil mudanças na estrutura do governo, para que fossem recriadas as pastas das Cidades e da Integração Nacional. Na época, a ideia era entregar o comando das duas estruturas para partidos políticos.
Para Bolsonaro, ele não vinha coordenado com eficiência programas como o Minha Casa, Minha Vida. O presidente, no entanto, cogitava entregar a estrutura ao Republicanos ou ao PP, na tentativa de consolidar a base do governo no Congresso. Com a disputa dos partidos pelo cargo, no entanto, Bolsonaro recuou.
Em meio a críticas, a ideia foi abandonada, mas a insatisfação com Canuto persistiu. A avaliação tanto do Planalto quanto do Congresso é a de que o cargo é eminentemente político e, por isso, precisa ser ocupado por alguém que saiba desempenhar essa função -o que não é o caso hoje.