O deputado Eduardo Bolsonaro defendeu neste domingo (26) a entrada de fabricantes estrangeiros de armamentos no Brasil, para aumentar o acesso da população a armas. A declaração foi feita durante visita oficial à Índia. Ele faz parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro.
— Eu não quero falir a Taurus, quero apenas abrir o mercado para que haja concorrência e isso aumente a qualidade e baixe o preço — disse Eduardo. —Isso vai permitir que a população tenha mais acesso a armas, hoje em dia esse mercado é elitista, por causa dos preços das armas — disse.
O deputado afirmou que irá se dedicar este ano à abertura do mercado brasileiro de armamentos. Hoje em dia, há poucas empresas fabricando armamento civil no Brasil, a estatal Imbel e a CBC-Taurus dominam o mercado. Eduardo afirmou que já teve videoconferências com a suíça-alemã SigSauer e a italiana Beretta, que querem se instalar no Brasil e fabricar no país.
De acordo com o deputado, o virtual monopólio da CBC-Taurus em armas de pequeno porte faz com que o preço de armamentos seja muito alto. Munição também, afirmou, é cinco vezes mais barata nos Estados Unidos.
Em resposta ao pronunciamento do deputado, Salésio Nuhs, presidente da Taurus, maior fabricante de armas de pequeno porte no Brasil, declarou que com a atual tributação sobre a indústria bélica, nenhuma empresa estrangeira vai querer fabricar no Brasil.
Para Nuhs, ninguém vai ser "maluco" de investir no Brasil se for mantida a atual carga tributária sobre os armamentos, de quase 70%.
— O problema no Brasil não é o preço, é o imposto; nenhuma empresa estrangeira irá investir se não mudarem a tributação — disse à Folha de S.Paulo o presidente da Taurus.
— Essa proposta é equivocada, não existe monopólio no Brasil. A Taurus emprega 2.100 pessoas no Brasil e gera 5 mil empregos indiretos — segundo Nuhs.
A Taurus está em fase final de negociação para firmar uma joint-venture com a Jindal Steel, siderúrgica indiana que fatura US$ 3,3 bilhões ao ano. Segundo Nuhs, o acordo se encaixaria no programa Make in Índia do primeiro-ministro Narendra Modi, que estimula a substituição de importações e instalação de indústrias na Índia. No acordo, a Taurus seria dona de 51% da nova empresa, e a Jindal, de 49%.
Eduardo Bolsonaro afirmou que irá se dedicar este ano à abertura do mercado brasileiro de armamentos. Hoje em dia, há poucas empresas fabricando armamento civil no Brasil –a estatal Imbel e a CBC-Taurus dominam o mercado. O deputado afirmou que já teve videoconferências com a suíça-alemã SigSauer e a italiana Beretta, que querem se instalar no Brasil e fabricar no país.
De acordo com Eduardo, o virtual monopólio da CBC-Taurus em armas de pequeno porte faz com que o preço de armamentos seja muito alto. Munição também, afirmou, é cinco vezes mais barata nos Estados Unidos.
Na segunda-feira, Eduardo participa do seminário conjunto de indústrias de Defesa da Índia e do Brasil que se realiza em Déli. Dez grandes empresas brasileiras de armas, munição, vigilância e aviação fazem parte da delegação do presidente Bolsonaro. O governo quer aumentar as vendas de armamentos para Índia.
Segundo Eduardo, também há expectativa de aumentar vendas de armamentos para o Oriente Médio, principalmente Arábia Saudita e Emirados Árabes. Para o deputado há muita burocracia que impede que indústrias bélicas estrangeiras se instalem, por causa do lobby para manter o virtual monopólio da Taurus.
O deputado quer também desburocratizar o acesso de atiradores e colecionadores a armas. Indagado, ele afirma que o maior acesso da população a armas não irá aumentar a criminalidade no Brasil.
— O que mata não é a arma, é o ser humano — disse Eduardo. —Antes de 2003 (adoção do estatuto do desarmamento), havia muito menos mortos que hoje, o estatuto impede a população de ter arma, passa recado para a bandidagem: fiquem tranquilos — completou.