A proposta apresentada pelo governo do Estado aos professores para o fim da greve será avaliada em assembleia somente na próxima terça-feira (14), quando a greve chegar próximo a dois meses. Inicialmente previsto para esta sexta-feira (10), o ato foi remarcado devido a questões legais, de acordo com o Cpers-Sindicato.
Ainda não foram definidos local e horário do encontro. A entidade quer mobilizar a base da categoria, com a realização de assembleias regionais e a locação de ônibus para que os professores se desloquem até Porto Alegre.
O governo prometeu pagar, em até cinco dias úteis, os valores já descontados do contracheque de novembro e os que ainda serão em dezembro. No entanto, pretende cobrar esse valor em seis parcelas ao longo de 2020. Na prática, não haverá abono dos dias parados.
A condição não agradou o Cpers. Após a última reunião com a cúpula da Educação, na manhã desta quarta-feira (8), a presidente da entidade, Helenir Schurer, classificou a proposta como uma “punição” e não garantiu que os professores encerrem a paralisação.
_ Colocamos na mesa: se o governo cobrar ou tentar descontar, provavelmente já seja um motivo para essa categoria não iniciar o ano letivo de 2020, com uma nova greve _ disse.
De acordo com o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, caso os professores aceitem as condições impostas pelo governo para o final da greve, há a possibilidade de novas negociações.
_ Essa proposta é para terminarmos o ano letivo e, depois disso, sentarmos e discutirmos as próximas ações.
A greve começou em 18 de novembro, há 52 dias. Nas últimas semanas, o movimento perdeu força, mas, ainda assim, de acordo com balanço da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), há 83 escolas paralisadas totalmente e outras 300 funcionando parcialmente. O Rio Grande do Sul possui quase 2,5 mil instituições de ensino.
O Estado marcou o início do ano letivo de 2020 para 19 de fevereiro. No entanto, o governo admite que algumas escolas _ em especial as que estão com os portões fechados desde novembro _ poderão iniciar as aulas do novo ciclo apenas em março.
Após a recuperação dos dias parados, os professores têm direito a 30 dias de férias.