Recebido ao palco sob os gritos de "mito", o presidente Jair Bolsonaro protagonizou no final da manhã desta quinta-feira (21), em Brasília, a 1ª Convenção Nacional do Aliança pelo Brasil (APB). O lançamento oficial da nova legenda, que ainda se encontra em fase de criação, contou ainda com a presença da esposa do presidente, Michelle Bolsonaro, e do empresário Luciano Hang.
Após o anuncio das bases norteadoras do partido — que incluem respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido de Bolsonaro —, o presidente discursou por cerca de 40 minutos, traçando a trajetória de sua campanha nas eleições de 2018, metas do atual governo e polêmicas que ecoam por trás de sua desfiliação do PSL, além de críticas a personagens da esquerda.
Boslonaro agradeceu ao PSL, "partido pequeno, que num primeiro momento foi uma união maravilhosa", e a quem diz que deve o mandato, firmou que "lamentavelmente alguns passaram a entender que o partido era ele (eles mesmos), e chegaram aqui no Palácio do Planalto para que seus objetivos fossem atingidos". De acordo com ele, as coisas devem ser diferentes:
— O partido nasce hoje, após coleta de assinaturas, vislumbrando uma data para que isso venha a ser concluído. Até lá vamos ter uma gama de nomes para poder escolhermos quem vai ser o presidente estadual, municipal, e nós faremos uma seleção realmente de pessoas que estejam comprometidas com o futuro do Brasil. Não é quem chegar na frente, não — disse. — Não pode como está na cabeça de alguns, quererem ter o comando de partido do Estado para negociar legenda, isso não vai acontecer — completou.
Após citar racha do partido, Bolsonaro fez criticas a Wilson Witzel (PSL), governador do Rio, a quem vem acusando de manipular as investigações do caso Marielle Franco e disse que a sua vida "virou um inferno" desde a eleição do seu ex-aliado. De acordo com ele, Witzel tem obsessão de ser presidente e quer destruir a reputação da família Boslonaro.
— Se tivesse mesmo planejado (o assassinato), ia receber os assassinos na minha casa a noite? Só um imbecil pra pensar dessa maneira — declarou, citando o depoimento de um porteiro do condomínio no Rio de Janeiro onde ele tem casa nas investigações sobre a morte da vereadora.
Por ora, a APB ainda não tem previsão de sair do papel. São necessárias 500 mil assinaturas, em pelo menos nove Estados, para que a criação de uma agremiação comece a ser analisada pelo TSE.