A força-tarefa da Lava-Jato cumpre, na manhã desta quarta-feira (2), 14 mandados de prisão contra auditores e analistas da Receita Federal no Rio de Janeiro. A ofensiva, denominada Armadeira, mira um suposto esquema de extorsão dentro do órgão.
De acordo com a investigação, o grupo usava peças de inquéritos e de processos para cobrar propina de empresários em troca de redução ou cancelamento de multas milionárias. O principal alvo da ofensiva é o auditor Marco Aurelio Canal, supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava-Jato — criada pela Receita justamente para restituir aos cofres públicos os valores sonegados pelos acusados na operação.
Canal é apontado como sendo o chefe da quadrilha e foi preso nesta manhã. Os agentes cumprem ainda 39 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
De acordo com informações da PF, a investigação começou depois que um colaborador da Lava-Jato foi instado a pagar suborno a fiscais da Receita, para não ser autuado. A partir dessa informação, a Polícia Federal, com o apoio da própria Receita e do Ministério Público Federal (MPF), identificou patrimônios dissimulados e o uso de informações privilegiadas para beneficiar terceiros.