A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (19) mais duas pessoas suspeitas de participar do ataque hacker contra autoridades. Além das prisões temporárias, a PF também cumpre mandados de busca e apreensão em quatro endereços.
Um dos presos é um programador de computadores, identificado como Thiago Eliezer Martins. As medidas foram autorizadas pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal.
Essa é a segunda fase da Operação Spoofing, que apura a invasão em telefones de pessoas ligadas à Lava-Jato, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. A ofensiva desta quinta-feira ocorre em São Paulo, Brasília e Ribeirão Preto.
Na primeira fase, em julho, a PF prendeu quatro pessoas, entre elas Walter Delgatti Neto. Apontado como líder do ataque hacker, ele afirmou ter sido o responsável por passar mensagens da Lava-Jato para o site The Intercept Brasil, de forma anônima, voluntária e sem edição.
No fim do mês passado, Delgatti afirmou não ter achado que seria preso porque, em sua opinião, não teria cometido crime ao acessar informações que ele diz considerar que sejam públicas.
"Utilizei da minha formação técnica para acessar informações públicas, online... Espantei-me com o seu conteúdo e tornei, pequena parte do acervo, domínio público. Tecnicamente, não tive qualquer dificuldade em acessar as informações...", declarou por escrito à reportagem.
Delgatti é suspeito de praticar os crimes de organização criminosa e de "invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo", cuja pena é de três meses a um ano de prisão. Ele está preso na Papuda, em Brasília, no bloco F, ala G, mesmo local onde estão políticos famosos como o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e o ex-senador Luiz Estevão.