Pela primeira vez, a Polícia Federal diz ter encontrado "evidências" de que o suposto hacker Walter Delgatti Neto — que seria o responsável por invadir o aplicativo Telegram do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de integrantes da Lava-Jato — teria praticado ações que configuram lavagem de dinheiro e que possuiria aplicativos para realização de fraudes bancárias. A pena para esse crime é de três a 10 anos de prisão.
Conforme documento obtido pelo jornal O Globo, a PF teria escrito em relatório parcial do inquérito da Operação Spoofing as seguintes palavras: "Já foram encontradas no material arrecadado evidências do envolvimento de Walter Delgatti Neto (...) com ações voltadas à ocultação ou dissimulação da origem dos recursos de origem ilícita, configurando, em tese, o delito de lavagem de dinheiro".
Delgatti ainda é apontado como suspeito pelos crimes de violação de sigilo telefônico e invasão de dispositivo informático alheio. A PF não obteve provas se o hacker teria sido pago pela invasão ao aplicativo e se teria agido sozinho nos crimes. Uma operação de bitcoins no valor de R$ 1,5 milhão faz parte das novas provas obtidas, mas segue sem explicações.
Relembre o caso
Em 23 de julho deste ano, foi deflagrada a Operação Spoofing e quatro pessoas foram presas, suspeitas de atuarem nas invasões do Telegram de autoridades públicas. Walter Delgatti Neto, à época, afirmou que repassou as conversas da Lava-Jato para Glenn Greenwald, jornalista do site The Intercept Brasil.