O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o comando da Polícia Federal (PF) precisa de uma "arejada" e que a reação de integrantes da corporação após ele ter dito que pretendia promover trocas nas superintendências estaduais e na diretoria-geral foi uma "babaquice". As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta quarta-feira (4).
— Essa turma (que dirige a PF) está lá há muito tempo, tem que dar uma arejada — disse.
Bolsonaro falou ainda que "está tudo acertado com o (ministro Sergio) Moro, ele pode trocar". Porém, o presidente não revelou quando essas possíveis mudanças devem ocorrer.
Em agosto, o presidente já havia afirmado que poderia trocar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Além disso, disse que, por questões de gestão e produtividade, Ricardo Saadi, superintendente da corporação no Rio de Janeiro, seria retirado do cargo.
Na entrevista, Bolsonaro classificou como "babaquice" a reação gerada quando ele sugeriu o nome de Alexandre Saraiva, superintende do Amazonas, para a unidade fluminense. A questão é que a escolha destes nomes, geralmente, é feita pelo diretor-geral da PF e não pelo presidente.
As mudanças que o chefe do Executivo queria promover causaram mal-estar e Saadi deixou o cargo, que foi assumido, de maneira interina, pelo delegado federal Tácio Muzzi. À Folha, o presidente negou que as trocas tenham ligação com as investigações envolvendo um dos filhos dele, o senador Flávio Bolsonaro.