Uma em cada cinco pensionistas filhas solteiras ainda não se recadastrou no Instituto de Previdência do Estado (IPE) - Prev. O prazo termina em 7 de outubro, e quem perdê-lo corre o risco de ficar sem o benefício.
São 2.018 pensionistas sem recadastramento, segundo o último balanço do instituto, de 31 de maio. Do total de ativas, 8.049 se apresentaram ao instituto desde 27 de fevereiro, quando começou o processo.
Alvo de fraudes, o IPE-Prev está convocando as pensionistas para comprovar que estão vivas e solteiras. Elas representam 22% do total de pensões pagas pelo instituto.
As irregularidades nos benefícios das pensionistas ocorrem quando elas não se enquadram mais no critério de "solteiras". Os casos variam: desde mulheres em união estável que não informaram o instituto até outras que aparecem em denúncias posando para fotos de casamento. O instituto pretende detectá-las ao longo do processo de recadastramento.
Uma comissão de sindicância apura as irregularidades. Nesse ano, 24 pensões irregulares foram canceladas, poupando R$ 60 mil ao mês. Entre 2015 e 2018, foram 94 pagamentos encerrados por ilegalidades — uma economia superior a R$ 282 mil por mês.
Todo o processo é digitalizado. Como há casos em que a pensionista tem idade avançada, sem acesso à internet, ou está doente, todas elas — ou seus familiares — estão sendo contatadas pelo instituto e cada caso será avaliado individualmente antes do pagamento ser extinto.
Previsto em lei na década de 1980, o benefício, considerado um direito adquirido, deixou de ser concedido em 2000. Por ano, as pensões às filhas solteiras custam quase R$ 493 milhões aos Estado. A maioria delas recebe até R$ 2 mil, mas também há benefícios que se aproximam do teto salarial — 280 delas ganham mais de R$ 20 mil mensais.