O pai do jogador Neymar, Neymar da Silva Santos, foi recebido no Ministério da Economia nesta quarta-feira (17) para reunião fechada com o ministro Paulo Guedes e o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra.
O encontro não estava previsto e foi incluído na agenda oficial do ministro somente depois que a reunião foi encerrada. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Economia, a agenda foi marcada para tratar de "questões tributárias relativas a atividades esportivas".
O motivo, segundo o estafe do jogador, foi o fato de a NR Sports, empresa que cuida da carreira de Neymar, estar entre as 10 mil maiores contribuintes do Brasil.
Braço direito do jogador, Altamiro Bezerra acompanhou Neymar pai na visita ao Distrito Federal. O empresário era a favor da eleição do presidente Jair Bolsonaro no pleito de 2018. Em Brasília, o pai de Neymar também encontrou com Bolsonaro nesta quarta, inclusive posando para fotos ao lado do presidente da República.
Recentemente, o jogador também gravou um vídeo em apoio ao presidente e sua visita a Israel. Neymar participou da gravação ao lado do surfista Gabriel Medina, atual campeão mundial da modalidade.
Em dezembro, a Folha de S.Paulo mostrou uma cobrança de R$ 69 milhões em impostos e multas feita pela Receita sobre Neymar. A acusação era de que o jogador sonegou tributos quando foi transferido do Santos para o Barcelona.
Em 2015, as autoridades autuaram o atacante em R$ 188 milhões sob a alegação de que o jogador deixou de declarar R$ 63,6 milhões entre 2011 e 2013, omitindo esse montante através das empresas NR Sports, N&N Consultoria Esportiva e Empresarial e N&N Administração de Bens. Sobre esse valor, incidem multa de 150% e juros, em impostos que a Receita considera que o atacante deveria ter pago no período.
Os R$ 69 milhões são o valor remanescente do processo, mais multa de 150%, o que é contestado pelo atleta.
No Carf, os conselheiros entendem que houve irregularidade na venda do jogador para o Barcelona. O clube catalão pagou cerca de 40 milhões de euros à empresa do pai de Neymar em parcelas nos anos de 2011, 2013 e 2014.
As autoridades apontaram que esse valor pago deveria ser feito ao jogador. O imposto à pessoa física é de 27,5%, maior do que foi pago na época, 17%, na pessoa jurídica.
No fim do ano passado, a defesa de Neymar afirmou entender que o valor deveria compensar os R$ 28 milhões pagos pelo atleta na Espanha por conta da transferência, e que a multa de 150% é indevida. Assim, acreditam que deveriam pagar R$ 11,5 milhões, por dívida em direitos de imagem e multas aplicadas.
A reportagem enviou perguntas ao ministério da Economia sobre a reunião de Guedes com o pai de Neymar, mas não teve resposta até a conclusão deste texto.