O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), utilizou uma figura de linguagem controversa ao falar sobre a Reforma da Previdência na segunda-feira (9). Em entrevista, ele afirmou que "perdeu as condições" de ser o articulador político da proposta de Jair Bolsonaro. Maia emendou:
— Eu esperava que no governo a gente poderia ter um governo de coalização, o presidente acha diferente e talvez ele esteja certo. Só não vou ficar no meio dessa briga tomando porrada da base eleitoral do presidente. Também não sou mulher de malandro, para tomar porrada e achar bom — declarou.
Maia justificava que não poderia mais fazer a articulação porque foi "mal compreendido". O presidente da Câmara se afastou da negociação política depois de se irritar com a forma como Bolsonaro se relaciona com o Congresso. Em evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico, o deputado disse que continua defendendo a aprovação da reforma e que irá pautá-la quando o governo entender que seja o caso, mas que não tem mais poder de falar sobre o número de votos que a proposta deve obter.
Em fevereiro, uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, também chamou a atenção.
Em uma declaração para defender privatizações, Guedes citou a facilidade de agendamento de programas com prostitutas. O comentário foi feito durante cerimônia de posse da nova presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, no Rio de Janeiro.
— Lembrem-se que telefone era meio de luxo. Privatizamos, e entregador de pizza, todo mundo hoje tem telefone. Prostituta… Todo mundo marca seus programas pelos meios digitais. É progresso para todo mundo — afirmou o ministro.