O Museu Americano de História Natural em Nova York, no qual seria realizada a premiação de "Pessoa do Ano" para o presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira (12) que aceitou a reserva antes de saber quem era o homenageado e está "avaliando as opções".
"A reserva do museu para a realização do evento externo, privado, em homenagem ao atual presidente do Brasil foi feita antes que se soubesse quem seria o homenageado. Estamos profundamente preocupados, e estamos avaliando nossas opções", publicou o museu em sua conta oficial em uma rede social.
A cerimônia de premiação de Bolsonaro como "Pessoa do Ano", organizada pela Câmara de Comércio Brasil—Estados Unidos, está marcada para 14 de maio. O local do evento, até o momento, é o Museu Americano de História Natural.
Muitos usuários comentaram a publicação do museu pedindo que a instituição "cancele" a realização da cerimônia no local.
"Como pesquisador brasileiro, é revoltante que um indivíduo que despreza a ciência como ele seja homenageado por uma instituição científica. Vocês precisam cancelar pelo bem dos pesquisadores brasileiros, ele está literalmente nos fazendo deixar o país", comentou o usuário identificado como Alexandre Palaoro.
Quando a escolha de pessoa do ano foi anunciada, o presidente comemorou em suas redes sociais e disse que se sentia honrado em receber o prêmio. Aliados de Bolsonaro nos EUA já preparam um roteiro da viagem do presidente ao país para receber a homenagem em um jantar de gala. Querem que, além do jantar, ele participe de outros compromissos na cidade, mas nada ainda foi fechado.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também estará em Nova York para uma palestra a empresários e investidores.
Todos os anos, a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos escolhe duas personalidades, uma americana e outra brasileira, e as homenageia diante de cerca de mil convidados, com entradas ao preço individual de US$ 30 mil. O nome do americano homenageado neste ano ainda não foi divulgado.
Em comunicado divulgado em fevereiro, a Câmara diz que a escolha de Bolsonaro como pessoa do ano é um "reconhecimento de sua intenção fortemente declarada de fomentar laços comerciais e diplomáticos mais próximos entre Brasil e EUA e seu firme comprometimento em construir uma parceria forte e duradoura entre as duas nações."
Em março, Bolsonaro esteve em Washington para diversos encontros com personalidades alinhadas a seu campo ideológico conservador e uma reunião com o presidente americano, Donald Trump.
No ano passado, o eleito foi Sergio Moro, atual ministro da Justiça.
A personalidade americana escolhida em 2018 foi Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York e dono de uma das maiores fortunas dos EUA.