A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) saiu neste sábado (13) em defesa pública da deputada federal Alê Silva (PSL-MG), depois de o jornal Folha de S.Paulo noticiar que ela acusa o ministro Marcelo Álvaro Antonio (Turismo) de ameaçá-la de morte.
Pelo Twitter, Janaina disse ter telefonado para a colega de partido e que pediu ao presidente Jair Bolsonaro que demita Álvaro Antonio.
"Todo meu apoio à deputada federal Alê Silva. E agora, presidente? O ministro do Turismo fica? A deputada federal eleita também estaria mentindo? Exijo a demissão do ministro! Não tem que esperar conclusão de inquérito nenhum!", escreveu.
Janaina disse ainda ter telefonado para a deputada federal, que, segundo ela, "não para de chorar".
"Como é que pode uma situação dessas e o presidente não tomar providências? Não pode! O afastamento do ministro não implicará atribuição de culpa, apenas um sinal de que o presidente se importa com as mulheres de seu partido", comentou.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Alê relatou a existência de esquema de candidaturas de laranjas comandado por Marcelo Álvaro Antônio em Minas Gerais e afirmou ter recebido a informação de que o ministro do Turismo a ameaçou de morte em uma reunião com correligionários, no fim de março, em Belo Horizonte.
A deputada federal prestou depoimento espontâneo à Polícia Federal em Brasília, na quarta (10), ocasião em que solicitou proteção policial.
Eleita com 48 mil votos, Alê Silva é a primeira congressista a relatar às autoridades a existência de esquema de laranjas do PSL de Minas, comandado nas eleições pelo atual ministro de Jair Bolsonaro. Ela deve prestar novo depoimento nas próximas semanas.
Álvaro Antônio nega ter feito ameaças e diz que a deputada faz campanha difamatória contra ele em busca de espaço no partido no estado.
Revelado pela pelo jornal Folha de S.Paulo no início de fevereiro, o caso das laranjas do PSL, partido do presidente Bolsonaro, é alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público em Minas e em Pernambuco. Levou à queda do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandou o partido nacionalmente em 2018.
Uma série de reportagens desde então mostrou que Álvaro Antônio patrocinou em Minas um esquema de candidaturas de mulheres que receberam expressivos recursos públicos do partido, sem sinal de que tenham feito campanha efetiva. Parte desse dinheiro público foi parar em empresas ligadas a assessores de seu gabinete na Câmara. Ele exercia o mandato de deputado federal até 2018.