Com bloqueio de contas em cifra milionária, habeas corpus revogado e retorno à prisão, o ex-presidente Michel Temer é réu em seis ações e alvo de quatro investigações envolvendo suspeitas de desvios de dinheiro público, após deixar o cargo máximo do país.
Entre os inquéritos, consta a acusação de chefiar uma organização criminosa que recebeu R$ 1 milhão em propina sobre o contrato de construção da usina nuclear de Angra 3, caso que levou à sua prisão preventiva em 21 de abril, pela Lava-Jato no Rio. O ex-presidente ficou quatro noites na prisão, mas foi liberado após habeas corpus. Ele nega todas as acusações.
Pelo que Temer é réu
Reforma de casa
O quê: Temer, sua filha, Maristela, e outros réus são acusados de lavagem de dinheiro por meio de reforma na casa dela, em São Paulo. Materiais foram pagos em dinheiro vivo por mulher de coronel amigo de Temer.
Onde: Justiça Federal em SP.
"Quadrilhão do MDB"
O quê: Temer foi denunciado e virou réu sob acusação de liderar organização criminosa que levou propina de até R$ 587 milhões em troca de favorecer empresas em contratos com Petrobras, Furnas e Caixa. Os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco também fazem parte da denúncia. Com a decisão, todos passam à condição de réus no processo.
Onde: Justiça Federal no DF.
Decreto dos Portos
O quê: Temer foi denunciado sob acusação de beneficiar empresas do setor portuário em troca de propina.
Onde: Justiça Federal no DF.
Mala da JBS
O quê: Temer virou réu após a Justiça aceitar a denúncia por corrupção passiva contra ele no caso que envolve a mala de R$ 500 mil e de promessa de R$ 38 milhões em vantagem indevida pela JBS.
Onde: Justiça Federal no DF.
Eletronuclear e Angra 3
O quê: O ex-presidente e o ex-ministro Moreira Franco e mais 12 são acusados de terem participado de desvios na Eletronuclear, durante as obras da usina Angra III.
Onde: Justiça Federal no Rio de Janeiro.
Angra 3 /Alumi
O quê: Segunda denúncia formulada pela Lava-Jato no Rio, também tem relação com a obra em Angra 3 e as ligações entre a estatal Eletronuclear e a empreiteira Engevix. Temer é acusado de receber R$ 1,1 milhão por meio de repasse da Alumi Publicidades para a PDA, empresa do Coronel Lima, que elaborou um estudo técnico fraudulento para a implantação de painéis publicitários no Aeroporto de Brasília.
Onde: Justiça Federal no Rio de Janeiro.
Pelo que Temer é investigado
Obra do Tribunal de Justiça de São Paulo
O quê: Suspeita de superfaturamento e de serviços não executados pelo consórcio Argeplan/Concremat, contratado por cerca de R$ 100 milhões para realizar obras no Tribunal de Justiça de São Paulo. Para Procuradoria, Argeplan pertence de fato a Temer.
Onde: Justiça Federal em SP.
Construbase e PDA
O quê: PDA, uma das empresas do coronel Lima que consta de relatórios de movimentação financeira atípica feitos pelo Coaf, recebeu da Construbase, em 58 transações, R$ 17,7 milhões de 2010 a 2015. Outro contrato suspeito, de R$ 15,5 milhões, é entre Argeplan e Fibria Celulose, que atua no porto de Santos.
Onde: Justiça Federal em SP
Terminal Pérola
O quê: Suspeita de contrato fictício, de R$ 375 mil, para prestação de serviço no porto de Santos.
Onde: Justiça Federal em Santos (SP).
Jantar no Jaburu
O quê: Apuração concluiu que Temer e ministros de seu governo negociaram com a Odebrecht, em um jantar em 2014, R$ 10 milhões em doações ilícitas para o MDB.
Onde: Justiça eleitoral em SP.