A juíza da 12ª Vara Federal Carolina Lebbos autorizou a saída temporária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o velório e o funeral do neto, em São Paulo. A cremação de Arthur Araújo Lula da Silva está marcada para este sábado (2).
"Foi autorizada a participação de Lula no velório e que, a fim de preservar a intimidade da família e garantir não apenas a integridade do preso, mas a segurança pública, os detalhes do deslocamento serão mantidos em sigilo", informou a Justiça Federal.
A autorização foi concedida com base na Lei de Execução Penal, que estabelece a previsão de saída temporária de presos para velórios e enterros de familiares, incluindo descendentes. O Ministério Público Federal (MPF) manifestou parecer favorável ao pedido da defesa, e a Polícia Federal (PF) concedeu a autorização.
O velório será no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP). A cremação do corpo está prevista para as 12h deste sábado. O cemitério é o mesmo onde foi cremada a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017.
Lula seguirá para São Paulo em aeronave do Governo do Paraná, cedida a pedido da Polícia Federal. Não há informações sobre horário do voo do ex-presidente.
Arthur estava internado no Hospital Bartira, em Santo André (SP). Um comunicado da casa de saúde informou que o óbito foi motivado por agravamento do quadro infeccioso, às 12h36min. Ele havia sido internado no início da manhã.
Sigilo sobre trajeto
Ao contrário do que ocorreu no passado, quando outros pedidos semelhantes do ex-presidente foram negados, os advogados de Lula se comprometeram a "não divulgar qualquer informação relativa ao trajeto que será realizado" e disseram que irão informar o local da cerimônia de sepultamento "diretamente à autoridade policial".
A militância, desta vez, também decidiu não fazer atos em frente à Polícia Federal - numa tentativa de "garantir todo o respeito e condições necessárias para que, ainda hoje (sexta), Lula tenha o direito de se despedir do neto querido", segundo nota assinada pela Vigília Lula Livre.
Horas depois do pedido da defesa, o processo de execução penal de Lula, conduzido pela juíza Carolina Lebbos, foi colocado em sigilo nível 4. Assim, ele só pode ser visualizado pelo juiz e alguns servidores da vara.
No mês passado, a PF negou autorização para que o ex-presidente saísse da prisão para ir ao enterro do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, sob o argumento de falta de aeronaves e de risco à segurança de Lula e à ordem pública.
Arthur visitou o avô por duas vezes na sede da Polícia Federal, no ano passado. Era filho de Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente e da ex-primeira-dama Marisa Letícia.
A superintendência da PF em Curitiba está em regime de plantão até quarta-feira (6), em razão do feriado de Carnaval e de uma dedetização do prédio agendada para esta sexta (1º).