O presidente Jair Bolsonaro não quis comentar nesta sexta-feira (8) as investigações envolvendo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, sobre as supostas candidaturas de laranjas em Minas Gerais. Ao ser questionado sobre o tema, ao fim de um evento no Palácio do Planalto, disse apenas:
— Aí não, deixa as investigações continuarem — encerrando a entrevista, ao ser questionando sobre a situação do ministro, se havia algum constrangimento.
Auxiliares de Bolsonaro avaliam como insustentável a permanência de Álvaro Antônio no cargo, após novas acusações de seu envolvimento com candidaturas de laranjas.
A avaliação tem sido feita, em caráter reservado, por assessores presidenciais, para os quais a insistência do ministro em seguir no posto só prolonga a crise política. Nas palavras de um ministro palaciano, Marcelo Antônio "não é imexível" e, a cada nova acusação, ganha força a necessidade de seu afastamento.
O caso dos supostos laranjas do PSL ligados ao ministro foi revelado pela Folha de S.Paulo e, na quinta-feira, ganhou duas novas personagens: Zuleide Oliveira, que acusa o ministro de convidá-la a ser laranja, e Adriana Borges, que prestou depoimento apontando assessores de Álvaro Antônio como intermediários de uma negociação do esquema. O ministro nega as irregularidades.
Nos bastidores, o presidente tem sinalizado que gostaria de esperar a conclusão do inquérito instaurado pela Polícia Federal para tomar uma decisão. O diagnóstico de aliados próximos dele, contudo, é de que a espera não é a melhor estratégia, sobretudo no momento em que Bolsonaro tenta estabelecer uma pauta positiva para a reforma previdenciária.