Às vésperas do aniversário da tomada de poder pelos militares, ocorrida na madrugada de 31 de março de 1964, o assunto ganha visibilidade nas redes sociais. A movimentação online sobre o golpe militar foi impulsionada pela determinação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para que as Forças Armadas promovam atos de celebração à data.
Considerada como revés à democracia por uma parcela significativa da população brasileira, surgiram também manifestações contrárias, principalmente no Twitter, onde a hashtag #DitaduraNuncaMais ascendeu aos trending topics e lá permaneceu até, pelo menos, a manhã desta quarta-feira (27). O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil foi uma das personalidades que entraram no debate virtual na terça-feira (26), ao publicar documento da época exibindo carimbos de veto para a canção Cálice, escrita em parceria com Chico Buarque.
Outras celebridades fizeram coro ao baiano nas críticas ao golpe que derrubou o presidente eleito João Goulart. Entre eles, o escritor Paulo Coelho e o jornalista Xico Sá.
A classe política não se absteve de condenar o regime ditatorial que durou até 1985. O senador Renan Calheiros e o ex-candidato a presidente Guilherme Boulos deram suas contribuições sobre o assunto na plataforma de 140 caracteres.
Do lado oposto, também houve pronunciamentos. Reunidos em torno de hashtags variadas, como #Selva, #64NaoFoiGolpe e #BolsonaroTemRazao, apoiadores do presidente deram seu recado favorável às celebrações. Boa parte deles parlamentares, como os deputados do PSL Joice Hasselmann, Carlos Jordy e Bia Kicis.
O dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, também se posicionou favorável aos atos de comemoração propostos por Bolsonaro.