O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso na manhã desta terça-feira (19) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Curitiba. A prisão é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Esta é a terceira vez que Richa é preso. As informações são do portal G1.
Segundo a publicação, a ação é um desdobramento da Operação Quadro Negro, que apura desvios de dinheiro na construção de diversas escolas estaduais.
Operação Quadro Negro
Alvo da Operação Quadro Negro, que apura desvios na Secretaria de Educação do Paraná, Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, afirmou à Procuradoria-Geral da República ter recheado caixas de vinho com dinheiro para maquiar o pagamento de caixa dois à campanha à reeleição do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), em 2014.
O empresário alega ter repassado R$ 12 milhões ao ex-diretor da Secretaria de Educação, Maurício Fanini, apontado por ele como operador do esquema. Segundo ele, Fanini era responsável por indicar os descontos que ele deveria dar em propostas no âmbito de licitações para construção e reformas de escolas com o fim de ganhar os contratos e realizar pagamento de propinas. Ele revelou, em acordo com a Procuradoria, que parte dos valores desviados abasteceu a campanha de Richa.
Outras prisões
A primeira prisão do ex-governador ocorreu em 11 de setembro de 2018, quando concorria a uma vaga no Senado pelo Paraná. A ação da PF informou que a investigação mirava suposto pagamento milionário de vantagem indevida, em 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, o departamento de propina da empreiteira, para agentes públicos e privados no Paraná. Menos de uma semana depois, Richa deixou a prisão por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Beto Richa foi preso novamente na manhã do dia 25 de janeiro de 2019, na 58ª fase da Operação Lava-Jato. A prisão foi autorizada pelo mesmo juiz federal substituto responsável pela decisão desta terça-feira, Paulo Sérgio Ribeiro.
No dia 31 de janeiro, porém, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, determinou a soltura de Richa, a pedido da defesa, que alegou que a decisão da Justiça Federal no Paraná autorizando a prisão temporária do ex-governador foi ilegal.
Preso por oito dias, o ex-governador deixou o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, na manhã do dia 1º de fevereiro.