O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou à GloboNews na noite desta quarta-feira (13) que não tem intenção de se demitir do cargo após ser desmentido publicamente por Jair Bolsonaro e pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro.
— Não tenho essa intenção porque não fiz nada de errado. Meu trabalho continua sendo em benefício do Brasil. O presidente, se entender que eu não deva mais continuar, ele certamente vai me comunicar. Mas tenho que minha relação com ele sempre foi a melhor possível, da minha parte tudo foi feito com honestidade e correção. Vamos esperar para ver o que acontece — declarou Bebianno à emissora.
Mais cedo, Carlos Bolsonaro usou o Twitter para desmentir Bebianno, que dissera ter conversado três vezes com o presidente por telefone sobre as denúncias de que o PSL colocou laranjas como candidatas para desviar dinheiro do fundo eleitoral na eleição do ano passado. À época, Bebianno presidia o PSL. A intenção do ministro com a declaração era mostrar que não havia crise instalada no governo por causa do caso, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.
A postagem de Carlos dizendo que Bebianno havia dito uma "mentira absoluta" foi posteriormente compartilhada por Jair Bolsonaro. Ainda na noite desta quarta-feira, o presidente confirmou à RecordTV que o ministro mentiu sobre o contato e afirmou que, caso seja comprovado o envolvimento de Bebianno no esquema, o destino dele será "voltar às suas origens".
À Globonews, Bebianno negou ter mentido sobre ter falado com Bolsonaro.
— Mantive contatos com o presidente, como eu já disse. Tratamos de um assunto institucional e de um outro assunto relacionado à viagem que seria feita ao Pará. (...) Contato houve, houve troca de contato por WhatsApp, alguns poucos áudios. — garantiu.
Bebianno disse ainda que recebeu as notícias sobre as postagens nas redes sociais com "certa tristeza e perplexidade" e que não entrará na discussão com Carlos.
— Enquanto ministro de Estado, vou manter a minha postura e liturgia inerente à função. Eu não comento esse tipo de coisa. — rebateu.
Sobre a acusação de repasse a uma candidata laranja do PSL na última eleição, enquanto Bebianno era presidente do partido, o ministro negou irregularidades e afirmou que seria "humanamente impossível" saber se determinado candidato do partido teria condições de se eleger ou não.