Ex-motorista de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz movimentou um volume de dinheiro substancialmente maior do que o que veio a público em dezembro, de acordo com informações apuradas pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Os arquivos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registram transações no valor total de R$ 7 milhões nas contas de Queiroz entre os anos de 2014 e 2017.
Até então, o valor que havia sido tornado público era de R$ 1,2 milhão, movimentado atipicamente entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Nos dois exercícios imediatamente anteriores (entre 2014 e 2016), passaram pela conta corrente do motorista R$ 5,8 milhões – média de R$ 2,9 por ano.
As investigações sobre o caso estão suspensas desde quinta-feira passada (17), por decisão do ministro do STF Luiz Fux, após pedido de Flávio Bolsonaro, senador eleito e filho do presidente Jair Bolsonaro. O relator do caso, Marco Aurélio Mello, vai analisar a reclamação do senador eleito e já indicou que deve negar o pedido após o fim do recesso do Judiciário.
A investigação sobre a movimentação financeira de Queiroz foi iniciada há seis meses e tem como foco de apuração a suspeita de prática de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos e valores na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Após a revelação de depósitos suspeitos, no Jornal Nacional de sexta-feira, Flávio visitou o pai no Palácio da Alvorada, no sábado. Ainda na sexta, em entrevista gravada ao Jornal da Record, havia afirmado que, quanto mais Queiroz "demora" para esclarecer acusações, mais ele o prejudica. Flávio ainda não se manifestou sobre a reportagem do jornal O Globo, publicada neste domingo.