Pensada inicialmente para ser uma das estruturas mais modernas do interior do Estado, a obra de ampliação do prédio da Câmara de Vereadores de Santa Maria virou uma dor de cabeça ao Legislativo. Os trabalhos tiveram começo em 2012. No ano seguinte, o canteiro de obra foi abandonado. Orçada em R$ 4,9 milhões, durante o pouco tempo de execução, foram aportados R$ 1,6 milhão na obra — o que representa 33,6% do total previsto.
Dinheiro que foi jogado fora e que agora precisa ter uma destinação final, na avaliação da atual presidente da Câmara, Cida Brizola (PP). Em seu primeiro mandato, a progressista elencou a retomada da obra "como a prioridade das prioridades".
Durante o pouco tempo de trabalhos, a obra contabilizou uma série de problemas: embargo do Ministério Público do Trabalho, questões trabalhistas, rompimento de contrato com a construtora responsável, revisão da estrutura das fundações do prédio e, inclusive, inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Por tudo isso, tem apenas 22% do total previsto executado e ficará somente com os três andares já executados, e não mais cinco.
Mesmo assim, durante todo o ano passado, uma empresa — a RQP, que venceu processo licitatório a um custo de R$ 22,3 mil — realizou um projeto para executar as correções em parte da estrutura já construída. Somente depois é que a Câmara poderá abrir uma segunda licitação. Dessa vez, para a contratação de uma empresa que execute as correções apontadas pela RQP. Depois disso ser feito, então, a Câmara poderá abrir um terceiro processo licitatório para a retomada, de fato, das obras.
Caso tudo dê certo, ao longo deste ano, a Câmara tem em caixa R$ 2,4 milhões para dar continuidade às obras. Ainda em 2018, o então presidente do Legislativo, Alexandre Vargas (PRB), chegou a oferecer a entrega do prédio à prefeitura para que finalizasse os serviços e, assim, pudesse utilizar a estrutura para abrigar secretarias da administração municipal. Porém, o Executivo municipal não demonstrou interesse. Atualmente, o Executivo faz a locação de 28 imóveis, que geram gastos de R$ 1,8 milhão por ano.