O ministro da Cidadania, Osmar Terra, disse que o governo federal defende a punição para as pessoas que cometeram algum tipo de irregularidade no caso do rompimento de barragem em Brumadinho, Minas Gerais, que ocasionou a morte de pelo menos 65 pessoas. A fala do ministro, no programa Gaúcha+, na tarde desta terça-feira (29), ocorreu após ele ser questionado sobre a ação do Ministério Público e da polícia, nesta terça-feira, que acabou com a prisão de cinco responsáveis por atestar a segurança da barragem.
Terra salientou que a sanção tem de existir, mas que a Vale não pode acabar, citando que a empresa é responsável por boa parte da economia de Minas Gerais:
— É bom que se diga também que a Vale é a maior empresa de mineração. Muito da economia de Minas Gerais depende da Vale. É a maior do mundo hoje. Se não é maior é a segunda do mundo. Não dá para acabar com a Vale, mas dá para punir quem agiu errado. Acredito que a legislação tem de ser mudada.
O ministro da Cidadania disse que uma secretária do município está entre as pessoas desaparecidas na tragédia. Ao comentar o fato, Terra disse, sem citar o nome, que a vítima seria a secretária de Assistência Social. No entanto, é a titular da pasta de Desenvolvimento Social, Sirlei de Brito Ribeiro, está entre os desaparecidos. O ministro deve ter confundido o nome das pastas.
— Ela estava em casa. Ela foi almoçar em casa e, por um azar do destino, a cada dela ficava no caminho da lama, da explosão de lama.
Terra destacou que a Vale e os governos municipal, estadual e federal precisam empenhar esforço em garantir que o impacto da tragédia no futuro da economia do município seja menor.
— Vai haver, eu imagino, um empobrecimento da população. 75% da atividade econômica de Brumadinho depende das minas, que ficam em volta. Então, vai ter uma situação séria.
O ministro também afirmou o que o governo federal deve fazer nos próximos meses:
— O que nós temos de fazer, agindo direto com a Vale, como governo, e direto com o Estado e com o município, sendo bem objetivo, é traçar um plano e em poucos meses começar a reconstrução da cidade. Fazer a cidade a voltar a ser o que era, e mais do que era, com outras alternativas econômicas — complementou.
Adiantamento do Bolsa Família
Ao comentar as ações do governo federal em Brumadinho, Terra disse que a União segue atuante e citou o adiantamento de repasses do Bolsa Família como uma das medidas:
— Já se fez muita coisa em quatro dias. O presidente já foi lá, os ministros já foram. Muitos recursos já foram deslocados. Já tem o atendimento acontecendo. Vai ter agora o adiantamento do Bolsa Família. Estamos estudando uma outra forma de repasse além deste para as famílias mais pobres. Então, as coisas estão acontecendo já.
Interiorização
Em relação ao processo de interiorização de imigrantes venezuelanos, Terra disse que o governo está disposto a continuar com o programa. Em 16 de janeiro, a prefeitura de Canoas informou que o convênio para o abrigo de venezuelanos na cidade não seria renovado pela União e pela ONU.
— O programa vai continuar enquanto for necessário.
Terra destacou que o governo federal e as prefeituras precisam discutir medidas que possam garantir a autonomia dos venezuelanos no Brasil.