O presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira (22) sua estreia internacional ao discursar por seis minutos na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Ele reiterou que o Brasil vive um novo momento sem nortear suas escolhas em viés ideológico, com respeito a valores e em defesa da abertura do mercado econômico.
— Temos o compromisso de mudar a nossa história — disse.
No discurso, o presidente destacou a importância de o mundo acreditar no Brasil. Ele não mencionou reformas, mas afirmou que vai reduzir tributos no país e reiterou a determinação de avançar economicamente.
Ele defendeu a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), sem entrar em detalhes, mas destacando a necessidade de aumentar as trocas internacionais. Acrescentou que o esforço do governo federal será para colocar o Brasil entre os 50 melhores países para fazer negócios.
Bolsonaro reafirmou sua determinação de manter a harmonia entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente e a biodiversidade:
— Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis.
O presidente afirmou que vai se empenhar para reduzir a pobreza e a miséria no Brasil por meio da educação. Segundo ele, outro esforço é para combater a corrupção e aumentar a segurança pública. Bolsonaro convidou os presentes para que visitem o Brasil.
— Estamos de braços abertos — disse — Quero um mundo de paz, democracia e liberdade — completou.
"Não queremos uma América do Sul bolivariana"
Bolsonaro afirmou durante o Fórum Econômico Mundial que o Mercosul precisa ser aperfeiçoado. Ele destacou que o Brasil está preocupado em fazer a América do Sul "grande", mas sem viés de esquerda.
Em uma curta sessão de perguntas e respostas protagonizada por Bolsonaro e o presidente do Fórum, Klaus Martin Schwab, o brasileiro destacou que vários políticos alinhados à centro-direita foram eleitos na América do Sul. E disse que esse é um sinal de que não há espaço para a esquerda na região.
— Estamos preocupados em fazer a América do Sul grande, com cada país mantendo sua soberania. Não queremos uma América do Sul bolivariana — disse Bolsonaro. — Mais partidos de centro-direita têm sido eleitos na América do Sul. Isso é sinal de que a esquerda não prevalecerá na região.
Parceria internacional
O presidente afirmou também que o governo dele busca apoio para aumentar o bem-estar no Brasil.
— Queremos fazer parcerias com os senhores para bem-estar da nossa população, queremos tirar viés ideológico dos nossos negócios e tirar o peso do Estado de cima de quem produz — destacou.
Bolsonaro defendeu uma maior abertura comercial do Brasil e a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).
— Buscaremos integrar o Brasil ao mundo também por meio de uma defesa ativa da reforma da OMC, com a finalidade de eliminar práticas desleais de comércio e garantir segurança jurídica das trocas comerciais internacionais — afirmou.
Bolsonaro não mencionou explicitamente nomes de reformas no discurso, mas ressaltou que pretende diminuir a carga tributária, simplificar as normas com o objetivo de "facilitar a vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar empregos" no Brasil.
— Tenham certeza de que, até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios.
Estabilidade macroeconômica
Ainda aos investidores e políticos presentes em Davos, Bolsonaro garantiu que vai trabalhar pela estabilidade macroeconômica do Brasil e prometeu respeitar os contratos, privatizar e equilibrar as contas públicas.
No comércio internacional, Bolsonaro destacou que o Brasil é uma economia relativamente fechada e que seu governo tem como compromisso "mudar essa condição".
— Nossas relações internacionais serão dinamizadas pelo ministro Ernesto Araújo, implementando uma política na qual o viés ideológico deixará de existir — disse ele. — Para isso, buscaremos integrar o Brasil ao mundo, por meio da incorporação das melhores práticas internacionais, como aquelas que são adotadas e promovidas pela OCDE.
Parlamento
Bolsonaro afirmou também que espera ter dos membros do parlamento o apoio ao combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Ao ressaltar mais uma vez que a equipe de ministros foi indicada de forma técnica, Bolsonaro disse que o governo dele depende do Congresso.
— Precisamos, sim, do Parlamento brasileiro e confiamos que eles darão respaldo no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro — disse o presidente.
Família e direitos humanos
Ao final do discurso, Bolsonaro prometeu que vai defender a família e os "verdadeiros" direitos humanos, além de proteger o direito à vida e à propriedade privada e "promover uma educação que prepare a juventude para os desafios da quarta revolução industrial".
— Vamos resgatar nossos valores e abrir nossa economia.