Em delação premiada fechada com a Polícia Federal, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que havia uma "ruptura" entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, criada a partir da indicação de Graça Foster para a presidência da Petrobras. Segundo o ex-ministro, em função dessas divergências, Dilma teria "dado corda" para o aprofundamento das investigações da Lava-Jato para implicar e "sufocar" o ex-presidente.
Por seu relato, a nomeação de Graça representava "meios de Dilma para inviabilizar o financiamento eleitoral dos projetos de Lula retornar à Presidência". À época, Dilma presidia o conselho de administração da Petrobras.
"Esse momento de ruptura se caracterizava por um ex-presidente dominante que queria controlar o governo de sua indicada e preparar sua volta à Presidência, sendo que isso exigia um controle do financiamento lícito e ilícito do seu instituto e do PT, ao passo que a presidente lutava pela renovação de seu próprio mandato", disse Palocci no depoimento.
Palocci depôs no dia 9 de agosto do ano passado. O relato do ex-ministro foi anexado na quinta-feira ao inquérito da PF que investiga supostas fraudes na licitação e construção da usina de Belo Monte, no Pará.