O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), concedeu entrevista ao programa Gaúcha Hoje da Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira (3), onde fez um balanço dos dois primeiros anos de governo. Entre os principais apontamentos, citados pelo político, está a burocracia. Pozzobom elencou esse como o principal gargalo da sua administração. Conforme o prefeito, o problema resultou na demora para liberação de recursos e, igualmente, impactou na conclusão de obras:
— Esses dois anos foram uma batalha muito forte e silenciosa, basicamente, contra três inimigos: burocracia, vandalismo e a falta de recursos. Essa burocracia pode ser notada em obras como as das duas creches, que iremos entregar este ano: a do loteamento Cipriano da Rocha e da Vila Brenner que deveriam ter sido concluídas há mais de sete anos.
Pozzobom ainda reforçou que, mesmo diante dos entraves, a prefeitura encerrou o 2018 de forma positiva:
— Conseguimos neste período ter um equilíbrio financeiro. Ou seja, terminamos o ano de forma positiva sendo um dos raros municípios que pagou rigorosamente os salários dos servidores em dia e, inclusive, o 13º (salário). Apenas para que se tenha uma dimensão do quão importante isso é: só com o 13º foram aportados R$ 16 milhões. Um valor expressivo que está sendo cumprido. Uma das nossas grandes vitórias é essa: manter as contas em dia, sem endividar o município.
Sobre as melhorias na área da saúde no município durante sua gestão o prefeito citou a entrega da obra da Unidade Básica de Saúde Floriano da Rocha, região oeste de Santa Maria. O prédio da unidade estava desocupado para reformas desde 2015 e, ao longo deste período, ficou abandonado e sofreu depredações.
Enquanto isso, os atendimentos aos pacientes da região foram feitos em um ginásio, com estrutura improvisada, emprestado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). A recuperação da estrutura e o local foi entregue para uso no mês passado. Além disso, o prefeito também reforçou que tem mantido os atendimentos prestados pela Unidade de Pronto-atendimento (UPA) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu):
— Embora não seja responsabilidade da prefeitura, é o Executivo municipal que banca o dinheiro. E nós pagamos há mais de seis meses a parte do Estado também. Hoje, a UPA e o Samu somente estão funcionando porque o município paga a parte dele e a do Estado. Isso precisa ser revisto.
Questionado sobre os problemas de infraestrutura, como os buracos nas ruas, o prefeito citou o empréstimo de R$ 28 milhões obtido junto à Caixa Econômica Federal, por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) para recuperação de ruas, avenidas e estradas do município. A primeira parcela do valor já foi paga e os trabalhos são projetados para o próximo dia 8. Ele ainda reforçou que enquanto o valor não chegou aos cofres do município, melhorias foram feitas com recursos próprios da prefeitura:
— Antes de tapar os buracos da cidade eu resolvi o problema da educação com a contratação de 247 professores que custa ao final do ano mais R$ 14 milhões aos cofres do município. Não poderia contratar um financiamento antes de provar que tinha um equilíbrio financeiro. E, nós fizemos muita coisa antes deste empréstimo com orçamento próprio.
Já sobre os problemas e necessidades da zona rural de Santa Maria, Pozzobom afirmou que dois distritos – Santa Flora e Arroio do Só – estão entre as prioridades do governo. O interior, conforme ele, “terá atenção especial” e será beneficiado com parte desses recursos do Finisa.
— Foram 35 pontes novas criadas ao longo desses dois anos e ainda temos mais dez para construir. Conseguimos mais de R$ 5 milhões destinados a compra de máquinas para o interior. Sabemos que a zona rural é um problema. Estamos trabalhando para fazer um serviço terceirizado onde a prefeitura será responsável pelo fornecimento e transporte das pedras, uma maneira de economizar recursos.