O general de Exército da reserva Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, comparou, na tarde deste domingo (30), a posse de armas de fogo à posse de automóveis ao defender a liberação do armamento.
— A posse da arma, desde que seja concedida a quem está habilitado legalmente, e essa habilitação legal virá por meio de algum instrumento, decreto, alguma lei, alguma coisa que regule quem terá direito à posse da arma, ela se assemelha à posse de um automóvel. Está em torno de 50 mil vítimas de acidente de automóvel (por ano). Se formos considerar isso, vamos proibir o pessoal de dirigir. Ninguém pode dirigir, ninguém pode sair de casa com o carro, porque alguém está correndo o risco de morrer porque o motorista é irresponsável. — disse o general.
Heleno afirmou ainda que "não tem conhecimento jurídico" para comentar a intenção do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de mudar a norma em vigor por meio de decreto presidencial.
Pelo Twitter, Bolsonaro afirmou que pretende garantir a posse de arma de fogo aos cidadãos sem antecedentes criminais por decreto, assim como tornar o registro do armamento definitivo - atualmente o registro é temporário, sendo necessária a renovação.
O futuro ministro, que é um dos principais conselheiros do presidente eleito, refutou o argumento de que a facilitação do acesso a armas de fogo poderá aumentar a criminalidade e afirmou que a posse de armamentos é uma forma de defesa da população.
— Essa história de posse e porte de arma já foi estabelecida pelo presidente como uma de suas promessas de campanha e a posse da arma é um atributo que muitos países concedem aos cidadãos para sua defesa, da família e da propriedade. — declarou Heleno, em entrevista.