Um velho partido conhecido do poder em Brasília entrou, mais uma vez, em cena nas negociações da transição do governo Bolsonaro nesta terça-feira (4), quando o presidente eleito esteve reunido com parlamentares do MDB. O encontro deu início a uma série de reuniões que o capitão da reserva terá com deputados de diversas siglas nesta semana.
— Clima total de lua de mel entre os deputados do MDB e o presidente eleito Jair Bolsonaro em Brasília. Aliás, um clima doce. Teve rapadura, teve queijo... tudo no clima do "vamos nos ajudar". O presidente eleito recebeu os deputados do MDB, abrindo as negociações com novas bancadas. Em seguida foi o PRB, amanhã tem o PSDB, e assim por diante. De maneira geral, Bolsonaro não está pedindo apoio específico para fazer a reforma da previdência,e sim, para fazer um governo diferente — analisa a comentarista Carolina Bahia.
Ainda em Brasília, o futuro ministro da Segurança Pública, Sergio Moro, evitou comentar um dos assuntos do dia na capital Federal: o julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula no caso do triplex.
— Ele tentou passar batido por esse assunto e a impressão que ele deu é que não quer falar sobre isso, que é passado - comenta o apresentador Daniel Scola.
— Sergio Moro está dando um jeito de não falar mais em PT, em Lula. Aliás, ele também não quer falar de política, criticar políticos ou então falar do envolvimento de parlamentares na Lava-Jato. Ele vai negociar com o Congresso no ano que vem, então o foco do ex-juiz é o ministério. Ele vai deixar o ex-presidente Lula no passado — completa Carolina.
Aqui no Estado, o futuro secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, esteve reunido pela primeira vez com técnicos da pasta para conhecer a realidade das finanças do Estado.
Eu espero que ele não tenha se assutado e volte. Ele volta amanhã para o Rio de Janeiro e espero que volte porque quem olha os números do Estado desanima —brinca a comentarista Rosane de Oliveira.
Ainda na transição do Piratini, a bancada do Partido dos Trabalhadores fez uma série de exigências ao governador eleito, Eduardo Leite, para apoiar o projeto sobre as alíquotas do ICMS.
— O PT dessa vez não está radicalmente contra. Se dispôs a conversar com Eduardo Leite. Ele tem conversado com diversos partidos. Só que a bancada (do PT) apresentou um documento longo, de três páginas, onde admite votar a favor do projeto, mas faz uma série de exigências que dificilmente o governador eleito poderá cumprir. Por exemplo, uma das exigências é a criação de um calendário que assegure que o governador vai pagar em dia o funcionalismo. Se o governo atual, que tem as alíquotas majoradas, não consegue pagar em dia, nada garante que o próximo governo conseguirá — avalia Rosane.
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