O dono da empreiteira OAS, César Mata Pires Filho, se entregou à Polícia Federal (PF) em Curitiba na virada de domingo (25) para segunda-feira (26). Ele é um dos alvos da 56ª fase da Operação Lava-Jato — a primeira sob as ordens da juíza Gabriela Hardt. Pires Filho estava nos Estados Unidos quando a operação foi deflagrada, na sexta-feira (23).
O pedido de prisão temporária (ele pode ficar detido até cinco dias) de César Mata Pires Filho foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF), que suspeita que o empresário participou de um esquema de pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e do Fundo Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social) na construção da sede da estatal na Bahia, apelidada de Torre Pituba.
Ainda segundo as suspeitas do MPF, o projeto foi superfaturado. As obras que eram estimadas em R$ 320 milhões (pagas pelo Fundo Petros), saíram no fim das contas por R$ 1,3 bilhão. Os crimes teriam acontecido a partir de 2008.
No pedido de prisão do Ministério Público, ao justificar a prisão temporária de César Mata Pires Filho, o órgão diz que o empresário sugeriu a Leo Pinheiro — ex-presidente da OAS já condenado por corrupção — que era necessário "correr com contratos aditivos para aproveitar a presença de Luiz Carlos Afonso, presidente da Petros", que também participaria do esquema (e está com prisão preventiva decretada).
O MPF também diz que Pires Filho atuava ativamente na distribuição de "vantagens ilícitas" e "autorizava o repasse de vantagens indevidas para o Partido dos Trabalhadores por meio de doações oficiais ao órgão diretivo da agremiação". Segundo o MPF, a OAS e a Odebrecht, durante o processo de construção da obra investigada teriam distribuído cerca de R$ 68 milhões em subornos.