Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio Sergio Cabral (MDB) e o extenso esquema de corrupção atribuído a ele no exercício de seus dois mandatos (2007-2014) foram tema recorrente do primeiro debate da corrida ao governo do Estado, realizado pela Band na noite desta quinta-feira, 16.
O candidato Anthony Garotinho (PRP) apontou a antiga aliança política entre Cabral e o candidato Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito da capital. Romário Faria (Podemos) e Indio da Costa (PSD) também lembraram os crimes dos quais o ex-governador é acusado. Participam do debate ainda os candidatos Marcia Tiburi (PT), Tarcisio Motta (PSOL), Pedro Fernandes (PDT) e Wilson Witzel (PSC).
Garotinho abriu o debate "denunciando uma organização criminosa que atuou fortemente no Estado". Referindo-se a Paes, o ex-governador disse que "o povo do Estado tem que arrancar a máscara desse candidato que está aqui. Tem um candidato aqui se escondendo para não dizer que é o candidato de Cabral, do Pezão e do (ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge) Picciani (em prisão domiciliar, por corrupção)". Paes contra-atacou desqualificando Garotinho e pontuando que ele já foi preso (por crimes eleitorais).
Respondendo sobre as dificuldades por que passam as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Romário afirmou que a saúde "é a pasta do governo que é mais assaltada por esses bandidos do nosso Estado" e defendeu uma auditoria para abrir a "caixa preta" do setor.
Indio também criticou a gestão Paes na prefeitura. "O modelo de propina (na gestão Paes) era igual ao do governo do Estado, tratado como 'taxa de oxigênio'. Ali foi terra arrasada, não deixou um centavo para o atual prefeito. A Olimpíada foi um engodo".
Se Garotinho polarizou com Paes, Indio e Fernandes tiveram seus momentos de animosidade, trocando farpas sobre números referentes à máquina do Estado.