Em convenção ocorrida neste sábado, 21, o MBD do Paraná confirmou seu presidente, o senador e ex-governador Roberto Requião, como candidato a reeleição ao Senado e sinalizou que deve coligar com Osmar Dias (PDT) na chapa para o governo. Caso a aliança não ocorra, o nome do deputado João Arruda, sobrinho de Requião, foi colocado como possível postulante ao cargo. No discurso, Requião indicou que a aliança com Osmar depende da indicação pelo MDB de um nome para vice-governador na chapa majoritária.
O senador também descartou possibilidade de aliança com o grupo político ligado ao ex-governador Beto Richa (PSDB), que deve ser candidato ao Senado ao lado da atual governadora, Cida Borghetti (PP), que ocupava a vice do governo tucano. "Fomos o único partido que integralmente não se envolveu com o governo", disse o senador, criticando a gestão do tucano e o fato de Richa ter o nome envolvido em denúncias.
No último mês, a relação do MDB com Dias ficou estremecida depois que o deputado estadual Requião Filho, filho do senador, encaminhou uma nota aos filiados da sigla no Paraná afirmando que a legenda poderia tomar outros rumos e abrindo a possibilidade de diálogo com os demais pré-candidatos. Além de Cida e Osmar, o deputado estadual Ratinho Junior (PSD) está entre os principais postulantes ao governo do Paraná.
Em troca da aliança, o MDB deve oferecer a Dias parcela do seu fundo partidário e quase um minuto e meio a mais de tempo de TV e rádio. O partido conta ainda com a maioria de prefeitos filiados no Estado. A aliança com Dias é decisiva para a robustez da campanha pedetista, que hoje conta apenas com o Solidariedade ao seu lado e menos de 20 segundos na TV. Porém, assessores do pedetista acreditam que o MDB também forneceria peso negativo com a rejeição de parte do eleitorado paranaense ao nome de Requião.
A ata da convenção deste sábado ficará aberta até que o partido defina qual será o seu destino, o que deve ocorrer juntamente com a convenção nacional da sigla. Requião disse que as decisões no Estado também dependem do cenário das candidaturas nacionais ao Planalto. Ele criticou ainda a possível escolha do ex-ministro Henrique Meirelles como postulante ao cargo. "Ele não consegue chegar a 0,3% (de intenções de voto) no Paraná", afirmou.
Perfil
Roberto Requião de Mello e Silva está no seu segundo mandato como senador e é conhecido defensor do ex-presidente Lula. Ele nasceu em Curitiba e tem 77 anos. Formou-se em Direito e em Jornalismo. Já filiado ao MDB, iniciou sua trajetória política como deputado estadual em 1983, deixando o cargo dois anos depois para assumir a Prefeitura de Curitiba. Após exercer o cargo de secretário de Estado do governo Alvaro Dias, foi eleito governador em 1990.
Depois de um mandato à frente do Executivo, Requião elegeu-se senador para, oito anos depois, voltar ao Governo do Paraná, onde permaneceu até 2010. Conhecido por seu perfil truculento, em 2011, envolveu-se em uma polêmica ao arrancar o gravador das mãos de um repórter e apagar o conteúdo do aparelho por ter se irritado com uma pergunta referente ao recebimento, como ex-governador, de aposentadoria no valor de R$ 24 mil mensais.