A Polícia Federal investiga fraudes na liberação de repasses de contribuições sindicais a entidades e centrais, identificadas pelo Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU) e referentes aos dois partidos que dividem o controle de áreas estratégicas no Ministério do Trabalho, o Solidariedade e o PTB. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, partidários do Solidariedade, do deputado Paulinho da Força (SP), e do PTB, mais especificamente do feudo do deputado Jovair Arantes (GO), foram os responsáveis tanto pela efetivação de repasses quanto pela definição do destino de um montante de quase R$ 500 milhões. Na ponta final da liberação dos recursos, em pelo menos um caso a entidade é controlada por um dirigente do Solidariedade.
Esta é uma segunda frente de investigações da PF, posterior à Operação Registro Espúrio, que desvendou um esquema de pagamento de propinas para liberação de registros sindicais. A nova apuração da PF está focada numa fase posterior ao registro sindical, em que entidades buscam ressarcimento de contribuições sindicais depositadas na Caixa Econômica Federal.
Este dinheiro é uma espécie de resíduo de contribuições sindicais, uma sobra que acabou depositada na Caixa — numa conta administrada pelo Ministério do Trabalho, com quase R$ 500 milhões — em razão de falhas nas guias de recolhimento.