A Justiça de Minas Gerais condenou o publicitário Marcos Valério a 16 anos e nove meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato pelo desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras, em 1998, durante a campanha à reeleição do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB). Os sócios de Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, também foram condenados à mesma pena.
De acordo com decisão da juíza Lucimeire Rocha, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, assinada na sexta-feira (15), os condenados participaram do esquema de corrupção que desviou recursos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e do antigo banco estatal Bemge. Os fatos ficaram conhecidos como “mensalão tucano”.
Para a magistrada, a empresa de publicidade SMP&B, que pertenceu aos acusados, dava aparência de legalidade aos recursos que eram repassados à campanha eleitoral, por meio de patrocínios de eventos esportivos.
Devido aos mesmos fatos, Eduardo Azeredo está preso para cumprir 20 anos de pena pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Marcos Valério e os sócios também foram condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, em 2013. Somente Valério continua preso. Ele foi condenado a 37 anos de reclusão naquela ação.
A defesa dos acusados informou que vai recorrer da decisão.