O empresário Marcos Valério, operador do mensalão do PT, "é presumidamente possuidor de inúmeras informações de interesse da Justiça e da sociedade brasileiras", segundo o juiz Wagner de Oliveira Cavalieri, de Contagem, Minas Gerais. Valério fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) em Minas.
Ao autorizar a transferência do empresário para um estabelecimento prisional onde os próprios detentos ficam com as chaves das celas, o juiz Cavalieri destacou que "há inegável interesse público em suas declarações sobre fatos ilícitos diversos que envolvem a República".
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Valério foi pivô do mensalão do PT e, por isso, acabou condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à pena de 37 anos e cinco meses de cadeia.
O primeiro escândalo da era Lula levou à prisão figuras importantes do PT, como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-presidente do partido, José Genoino.
Valério se compromete, no acordo com a PF, a revelar detalhes de um outro mensalão, o do PSDB de Minas. Seu advogado, Jean Robert Kobayashi, disse que ele deverá fazer outras revelações sobre outros crimes.