Testemunhas que prestaram depoimento ao juiz Sergio Moro na última quarta-feira (20) disseram que foram procuradas em 2016 por membros da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) para falar sobre o sítio de Atibaia e sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e denunciaram supostos abusos de autoridade por parte dos agentes. Moro disse que irá investigar os relatos. As informações são do portal de notícias Uol.
Em um dos relatos, feito pelo eletricista Lietides Pereira Vieira, irmão de Élcio Pereira Vieira — o caseiro do sítio conhecido como Maradona —, a testemunha falou que, em março de 2016, agentes retiraram sua esposa de casa às 6h (a mulher, segundo ele, é faxineira e fez a limpeza do sítio algumas vezes), para prestar depoimento sem nenhum tipo de intimação, mandado de apreensão ou de condução coercitiva.
Vieira afirmou, ainda, que os agentes estavam armados, "com roupa tipo do exército", e que o episódio deixou tanto a esposa quanto o filho do casal abalados. A testemunha mencionou que a criança sofreu traumas psicológicos e precisa de acompanhamento médico até hoje.
Na época em que as testemunhas foram ouvidas pela primeira vez, o sítio de Atibaia era objeto de uma ação da Lava-Jato que investigasse Lula recebeu cerca de R$ 1 milhão das empresas Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas na propriedade, que era frequentada por Lula e sua família.
Ainda de cordo com o Uol, o portal de notícias tentou contato com o MP, por e-mail, para questionar se as visitas realmente aconteceram, se depoimentos foram tomados e se havia algum mandado ou intimação em nome das testemunhas, mas não obteve retorno até a publicação.