Pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes disse, na manhã desta quinta-feira (26), que, se for eleito, não será tarefa fácil derrubá-lo do cargo, mas admitiu que precisará de respaldo popular para governar.
— Se vocês (vereadores, sociedade, povo) deixarem, vão me derrubar. (Mas) Não vai ser fácil não, porque não sou a Dilma (Rousseff), sou do ramo. Tu achas que um marginal como Eduardo Cunha me derrubaria? É preciso ser muito mais homem do que eu para me derrubar — disse na 16ª Marcha dos Vereadores, em Brasília.
Em discurso, o pré-candidato disse que é preciso dar apoio ao próximo presidente, caso contrário "eles vão derrubar o terceiro, o quarto, o quinto porque isso está escrito nesse país enquanto não virarmos o jogo". Para o ex-ministro do governo Lula, ter na história da redemocratização dois presidentes cassados faz com que o país "não aguente esse nível de instabilidade".
— A Nação vai precisar se dar as mãos para sair dessa profunda encalacrada — declarou.
Na avaliação de Ciro Gomes, o Congresso Nacional derrubou Dilma, "uma presidente honrada, embora estivesse fazendo um governo ruim", num processo de impeachment "inventado" e que não dá mais para aceitar "gente que não tem voto" governando.
— Remédio para governo ruim é pressão popular e data de eleição para mudar — afirmou.
Ao criticar o ativismo judicial, Ciro disse que a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil por Dilma foi um "erro brutal" por passar a mensagem de fim da autoridade dela e de que Lula precisava sair da jurisdição do juiz Sergio Moro. Para o presidenciável, ao barrar a nomeação de Lula, o Supremo Tribunal Federal (STF) invadiu as prerrogativas do Executivo.
O pré-candidato afirmou que é preciso restaurar o poder político como "imperativo da democracia" e reclamou que outros personagens de fora da política estão ocupando o vácuo de poder. Em seu discurso, Ciro criticou os magistrados que falam demais e que, em sua avaliação, também estão fazendo política ao se expor.
Aos vereadores, Ciro disse que o país tem um problema estrutural a resolver e a porta de saída para o problema está na restauração da democracia e da liderança política. Segundo o pré-candidato, enquanto o país perde com a crise, o sistema financeiro "enche a pança".