Morreu, na última quarta-feira (25), o desembargador aposentado e fundador da Escola da Ajuris Cristovam Daiello Moreira, aos 88 anos, em Porto Alegre. Conhecido por ser um dos grandes entusiastas da magistratura gaúcha e nacional e definido pelo jornalista Claudio Britto como "um dos ícones da Justiça do Rio Grande do Sul e do país", Daiello se dedicou, nos últimos anos, a estudar e a auxiliar na assistência a crianças com deficiências cerebrais e motoras graves e permanentes.
Filho do também desembargador Maurílio Alves Daiello e de Jovita Guimarães, Daiello iniciou a carreira como oficial administrativo de 1951 a 1954. Em 1955, ingressou como pretor, jurisdicionando na comarca de Cachoeira do Sul. Aprovado no concurso para juiz de Direito em 1957, atuou nas comarcas de Tupanciretã, São Francisco de Paula, Caxias do Sul e Porto Alegre.
Foi promovido ao Tribunal de Alçada em 1977 e a desembargador do Tribunal de Justiça em 1979, onde atuou na 1ª Câmara Cível e na 1ª Câmara Criminal. Exerceu a função de Corregedor-Geral da Justiça no biênio 1988/1989 e aposentou-se em 20 de dezembro de 1995.
Em 1994, fundou o Instituto do Excepcional, localizado no bairro Partenon, da Capital — que, por algum tempo, prestou relevantes serviços a crianças com deficiências cerebrais e motoras graves, deixado para publicação um livro inédito de pesquisas relacionadas ao tema. Em novembro de 2017, Cristovam Daiello recebeu a Medalha Mérito Acadêmico da Escola Superior da Magistratura do Estado do Piauí, em cerimônia realizada no TRE-RS.
Em nota, a Associação dos Juízes do RS (Ajuris) e a Escola da Ajuris lamentaram morte do fundador da Escola Superior da Magistratura.