Para reforçar as acusações de sua delação inicial, homologada em maio do ano passado, Joesley Batista apresentou novos documentos que contêm detalhes sobre pagamentos que fez a dezenas de partidos ao longo dos anos, boa parte deles por caixa dois. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, o empresário está dando mais detalhes sobre 32 anexos que haviam sido apresentados na delação inicial e trazendo novos documentos sobre os acertos criminosos com vários políticos e seus operadores financeiros.
Além de trazer mais complicações aos políticos já investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) com estas novas revelações, os irmãos Joesley e Wesley Batista também prometem dar mais detalhes sobre o recebimento de supostas propinas disfarçadas de doações eleitorais para o ex-governador do Ceará Cid Gomes.
Em depoimentos anteriores — somente neste ano, o empresário foi ouvido oito vezes pela Polícia Federal em sete investigações —, Joesley falou sobre o inquérito dos Portos, que apura suspeitas de corrupção envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), e também sobre o inquérito que investiga o ministro Gilberto Kassab (PSD) por suspeita de receber R$ 350 mil mensais dos irmãos Batista.
Joesley foi solto no início de março deste ano, depois de permanecer seis meses na prisão. No despacho, o juiz citou que ele ficou preso por um prazo "muito superior" aos quatro meses previstos para a conclusão de toda a instrução criminal.