Os apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem ficar em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), por tempo indeterminado. A garantia é da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, que concedeu entrevista coletiva após discurso para o apoiadores que estão acampados em uma rua em frente à PF.
- Não vamos sair, enquanto Lula não sair – afirmou.
Gleisi também descartou que o acampamento mude de lugar. Moradores da região reclamam das barracas montadas em frente às suas residências.
- A culpa de estarmos aqui é da justiça brasileira, é do Sérgio Moro, é do STF - disse Gleisi.
Sobre Lula, disse que conversou com o advogado Cristiano Zanin, que esteve com ele ontem. O relato é que Lula foi bem tratado, foi respeitado. Que estava cansado, por estar dois dias dormindo pouco, desde o anúncio da prisão, e que estava em “instalações dignas”. Gleisi voltou a dizer que Lula é o primeiro preso político após a Constituição de 1988.
A senadora admitiu que a esperança é o possível julgamento, na quarta-feira, das Ações Declaratórias de Constitucionalidade, que têm como relator o ministro Marco Aurélio Mello. Não está confirmado o julgado pelo STF, mas o próprio ministro já disse que pedirá à presidente da Corte, Carmen Lúcia, que sejam pautadas.
- Que a ministra Rosa Weber cumpra com a palavra que deu, naquela sessão anterior, e que na quarta vote mudança da prisão em 2ª instância – afirmou a senadora.
A presidente nacional do PT revelou que os advogados falaram com Rosa Weber, mas não deu mais detalhes. Segundo ela, governadores de Estados do Nordeste, senadores e deputados disseram que querem visitar Lula.
Gleisi também disse que pediu ao superintendente da PF no Paraná, delegado Maurício Valeixo, para abrir sindicância para apurar responsabilidades sobre uma bomba de efeito moral lançada durante ato que ocorreu ontem, em frente ao prédio da PF. O ministro da Segurança, Raul Jungamann, também foi procurado.