O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, negou nesta terça-feira, 24, que esteja tratando sobre a formação de uma chapa com o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT). Segundo o ex-ministro da Fazenda de Lula, é preciso respeitar o tempo do PT.
"Não é possível falar numa chapa no momento em que nós estamos vivendo", disse o pré-candidato, falando da situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. "Não pode se estar, do ponto de vista da relação com o PT, deixando de compreender ou querendo extrapolar ou pressionar. É preciso respeitar o tempo do PT", concluiu, antes de dar uma palestra na Uninove, em São Paulo.
O ex-governador do Ceará confirmou, contudo, reuniões como a que teve na segunda com Bresser Pereira, Delfim Neto e Haddad. Ciro disse ainda que direções partidárias e fundações dos dois partidos têm se encontrado "sistematicamente", mas comentou que "não há nenhuma novidade". Ciro brincou ainda que Haddad "deve ser o cara que mais sofre bullying hoje no País" e disse que é preciso parar com isso.
Questionado se agora que o ex-presidente liberou o PT para decidir sobre candidatura considera possível receber eventual apoio da sigla, Ciro disse que não. "É preciso dar o tempo que o Lula, que esse momento pede, e eu vou tocando minha bandinha, minhas ideias (...). Tenho que ter humildade pra dizer que eu não espero, não acredito que o PT me apoie porque acho natural (que a legenda tenha candidato próprio)", afirmou.
Cenário
O pré-candidato aparece na última pesquisa de intenção de voto atrás do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), da ex-senadora Marina Silva (Rede) e do recém filiado ao PSB, Joaquim Barbosa. Ciro disse ver "com respeito" a candidatura do ex-ministro relator do mensalão no STF.
Questionado se tem mantido conversas com a legenda de Barbosa para uma eventual composição, Ciro disse que "nunca teve o privilégio" de conhecer o ex-ministro pessoalmente, mas que espera "em uma ocasião dessas cumprimentá-lo".