Mais jovem pré-candidato à Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), 35 anos, cumpriu nesta sexta-feira (20) sua primeira agenda de campanha no Estado, reforçando o discurso de que o país enfrenta um momento delicado para as liberdades democráticas, com forte ativismo judicial e crescimento da intolerância política. Em encontros com militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), seu berço político, comunidade palestina, estudantes e professores universitários, o filósofo e psicanalista discorreu sobre economia, segurança pública, políticas sociais e sua relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja prisão considera injusta. Mas faz questão de ressaltar as diferenças que o afastam do PT.
- Defender Lula não diminui nossa candidatura. Pelo contrário, a engrandece. Reconheço os avanços nos governos do PT, mas também houve limites, como o não enfrentamento dos privilégios, principalmente no sistema tributário, um dos mais injustos do mundo -afirmou, ao defender uma reforma que concentre a tributação na renda dos mais ricos e não no consumo da população.
Crítico da intervenção militar no Rio, Boulos defendeu o fim da militarização das forças de segurança, com a adoção do ciclo completo para a polícia civil. Também prometeu, caso seja eleito, realizar plebiscitos para discutir a revogação de medidas tomadas pelo governo Michel Temer, como a reforma trabalhista, o teto dos gastos e a reformulação do Ensino Médio.
- Nossa candidatura tem objetivo de dialogar com toda a sociedade, apresentando respostas e soluções para os problemas fundamentais que o povo vive - declarou.
Recebido por estudantes e professores da UFRGS aos gritos de "Eu não abro mão, do presidente que faz ocupação", Boulos ministrou aula pública no fim da tarde sobre "a crise, o golpe e a universidade pública". Neste sábado, ele continua mantendo agendas na Região Metropolitana e na Capital, quando irá se reunir com jovens, sindicalistas e dirigentes partidários.