A Justiça Federal de Brasília acolheu pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que 42 pessoas sejam ouvidas no inquérito que investiga o chamado Quadrilhão do PMDB. A maioria das testemunhas já fechou acordo de delação premiada, e vem contribuindo com informações sobre crimes investigados na Lava-Jato.
A decisão foi proferida pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal. Na semana passada, o magistrado já havia tornado réus no mesmo processo os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA); os ex-assessores da Presidência da República Rodrigo Rocha Loures e José Yunes; coronel Lima, amigo do presidente Michel Temer; e três operadores ligados a Cunha.
O inquérito foi remetido à primeira instância após a Câmara dos Deputados barrar uma das denúncias contra o presidente Temer. A partir daí, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), desmembrou o caso.
Entre as testemunhas convocadas pelo MPF estão o doleiro Alberto Youssef, os empresários Emílio e Marcelo Odebrecht, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, além do ex-ministro do PT Antonio Palocci.
PGR diz que Temer é líder de organização criminosa
A denúncia original que aponta irregularidades cometidas pelo quadrilhão do PMDB foi apresentada em setembro de 2017 pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot. A peça acusatória foi a segunda denúncia apresentada contra Temer.
No documento, Janot afirma que Temer é o líder da organização criminosa formada por integrantes do PMDB da Câmara dos Deputados. Segundo o procurador, os políticos usavam seus cargos para negociar propinas em troca de vantagens a empresas em órgãos públicos do governo federal.