Depois da exoneração do jovem de 19 anos que gerenciava os recursos do Ministério de Trabalho, as polêmicas em torno de nomes indicados pelo PTB para ocupar cargos da pasta continuam.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, publicada nesta terça-feira (13), o sobrinho do deputado Jovair Arantes (GO), líder do partido na Câmara, teria levado seus amigos de futebol para trabalhar no ministério.
Leonardo José Arantes assumiu o cargo de secretário de Políticas Públicas de Emprego em 2 de junho de 2016, com salário de R$ 16,2 mil. Hoje ele acumula também a função de secretário-executivo da pasta. Após iniciar seu trabalho na pasta, Leonardo levou para Brasília três amigos de Goiânia que foram nomeados em funções comissionadas. Todos eles são filiados ao PTB em Goiás.
Um deles é Leonardo Oliveira, que recebe salário de R$ 9,9 mil e foi colocado na função de gestor dos dois contratos suspeitos firmados com a B2T, no valor de R$ 76,7 milhões. A empresa foi contratada para desenvolver um sistema de combate a fraudes no seguro-desemprego. Uma auditoria do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) apontou superfaturamento nos contratos.
Outro companheiro de “pelada” de Leonardo Arantes é Lucas da Mota Torres Honorato, coordenador-geral de aprendizagem e estágio, com remuneração de R$ 9,9 mil. Em relação ao contrato com a B2T, foi colocado na função de fiscal administrativo substituto. Lucas fiscaliza os repasses que Leonardo Oliveira autoriza. A coordenação liderada pelo jovem está subordinada ao sobrinho de Jovair Arantes.
O terceiro amigo é Marcos Sussumo Andrade, que atua na secretaria e na fiscalização do contrato com a B2T. Ele foi designado para ser fiscal requisitante substituto. Marcos é servidor efetivo, lotado no governo de Goiás e está cedido ao Ministério do Trabalho, onde é coordenador-geral do Sistema Nacional de Emprego (Sine).
Questionado sobre a nomeação dos amigos de Leonardo e a capacitação dos funcionários, o Ministério do Trabalho, por meio de nota, disse que não vai se manifestar: “O Ministério do Trabalho não vai se pronunciar sobre a vida pessoal dos servidores deste ministério”.
A B2T disse que as irregularidades apontadas pela CGU foram rebatidas por parecer técnico da Dataprev e rejeitadas em dois pareceres da AGU. O Tribunal de Contas da União também se manifestou a favor dos contratos, segundo a empresa.
"Estranha-se o fato dessas mesmas denúncias sempre surgirem após grandes operações da Polícia Federal, a partir do monitoramento realizado pelo sistema antifraude adquirido pelo ministério", afirmou a assessoria.